Demónios de Macbeth
A culpa é como uma noite escura que nos vai invadindo suavemente até não restar um único ponto de luz ao qual possamos agarrar-nos. Cair numa teia de remorsos tão emaranhada e tão profunda que deixamos de conseguir existir pacificamente dentro do nosso corpo, dentro da nossa mente.
Na peça Demónios de Macbeth, temos duas personagens, Macbeth e Lady Macbeth, «(...) o diabólico par que comete as maiores atrocidades para conseguir triunfar e que depois se vê, literalmente, esmagado pelos remorsos. De cabelo rapado e sem maquilhagem, com vestes compridas e largas, a actriz evoca um ser que tanto parece um prisioneiro de guerra como uma alma-penada e tem um desempenho que sublinha a poesia do texto (...)»
Ana Maria Ribeiro, Correio da Manhã
[Aqui] se redime o teatro contemporâneo com Demónios de Macbeth. A história de uma criação humana colectiva, do Estado – o Teatro concebido como instrumento de purga da Cidade e como instrumento ao serviço da política, a polis! Depois, veio Cristo e a sua religião: destronaram esse veículo. Criaram a arma do símbolo e o ritual pagão evoluiu para uma mediação simbólica: o comer e o beber em lugar da hecatombe (Agnus Dei, qui tollit pecata mundi).
Demónios mostra essa passagem e retoma o teatro como meio e a actriz como médium cristológico: qui tollit pecata mundi! Mas para este ritual é preciso ir de alma aberta! Sem preconceitos! E partilhar uma interpretação que vai directa para os Óscares deste mundo e do outro!
Eugénia Vasques, tradutora, crítica, cronista, ensaísta e professora na ESTC
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Ficha Artística
Encenação Sofia de Portugal Interpretação Elsa Valentim Direcção de Arte Aurélio Vasques Figurinos Paulo Guimarães Música Rui Rebelo Grafismo João Rodrigues Produção Executiva Gislaine Tadwald e Joana Paes Produção Teatro dos Aloés
De 20 de Janeiro a 27 de Fevereiro na Sala Estúdio do Teatro da Trindade
4ª a Sábado às 21h45 e Domingos às 17h
Reservas e Informações: 213420000 / 927982834
Maiores de 16 anos
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