segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Vamos poupar água


Em termos globais estamos a gastar mais água do que podemos. Cada vez há mais evidências de escassez de água na Europa e embora os maiores problemas em termos de stress hídrico se encontrem nos países do sul da Europa, este já começa também a aumentar em algumas regiões do norte da Europa, conforme o comunicado de imprensa da Agência Europeia do Ambiente (AEA – www.eea.europa.eu/pt/pressroom/newsreleases/seca-e-sobreutilizacao-de-agua-na-europa).

A escassez de água está relacionada não só com a variabilidade da sua distribuição, o aumento da procura de água potável, sobretudo em áreas de grande concentração populacional, mas também pela sua má utilização, uma vez que grande parte da água tratada é rejeitada, sem ser utilizada. Acresce a estes factores, as mudanças climáticas cada vez mais perceptíveis e que em países que é expectável um aumento de temperatura, como é o caso de Portugal e Cabo Verde, implicará uma maior evaporação, maior procura, maior necessidade de armazenamento e maior controlo de qualidade, com custos acrescidos.

A água é um recurso natural limitado, indispensável à nossa sobrevivência e essencial para o desenvolvimento socioeconómico de um país, mas havendo cada vez maior procura de recursos hídricos, é urgente que a sua captação, transporte e uso seja racional e eficiente, em termos de sustentabilidade.

Se, em relação, à captação e transporte há necessidade de minimizar os desperdícios de água e reduzir a níveis aceitáveis as perdas de água nos sistemas de abastecimentos, em termos de consumo há absoluta necessidade de uma nova cultura em relação ao uso da água, em que os utilizadores têm obrigatoriamente de reduzir os consumos, consumindo apenas a quantidade que precisam, evitando o desperdício, e para os fins que necessitam efectivamente de água potável.

BOAS PRÁTICAS PARA A REDUÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA:

1. Selecção adequada de electrodomésticos a utilizar na fase de utilização dos edifícios, privilegiando-se sempre equipamentos com baixos consumos de água (ter em atenção o rótulo ecológico, outras rotulagens);
2. Colocação de válvulas e torneiras de elevada eficiência em cozinhas e casas de banho;
3. Colocação de sensores nas torneiras;
4. Colocação de redutores de fluxo (duche, lavatórios, lava-loiças);
5. Sanitas equipadas com descarga selectiva;
6. Utilização de rega automática e uso de sensores de humidade nos espaços ajardinados;
7. Utilização de espécies com reduzidos requisitos de rega o que permite reduzir ou mesmo evitar a rega dos jardins, de preferência autóctones (o que permite também a manutenção da biodiversidade);
8. Alteração dos nossos comportamentos, como por exemplo, fechar a torneira do lavatório quando se lava os dentes, quando se está a fazer a barba, etc;
9. Colocação de reservatórios para recolha e armazenamento de água da chuva e/ou águas cinzentas e instalação de sistemas de reciclagem para utilização nas sanitas, rega de espaços verde e lavagens de pavimentos e carros. A designação águas cinzentas, engloba águas residuais provenientes das cozinhas, lavandarias, lavatórios, banheiras e duches, enquanto as águas negras são as provenientes das descargas das sanitas.
10. Prevenir e reparar todas as fugas logo que detectadas, devendo existir uma manutenção preventiva.

Autor: Ana Paula Duarte
Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) - http://www.lneg.pt/

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